Vulnerabilidade no exterior: SIM, estamos propensos!
Resolvi
escrever esse post porque ontem passei por uma situação ruim onde me
senti absolutamente vulnerável, e quis falar um pouco a respeito desse
sentimento, que nos aflige em qualquer lugar no mundo, mas
quando moramos fora, vivenciamos situações que inevitavelmente nos fazem sentir
vulneráveis, sozinhos, à deriva. E como evitar sentir-se assim, o que fazer
para melhorar quando a sensação nos pega com tudo.
Alguns exemplos:
Acidente
de carro: Aqui quando há um acidente o seguro de ambas partes vem na hora,
os técnicos determinam quem tem a culpa e já saímos com o papel para dar
entrada na oficina, paga pelo seguro culpado. Por isso é IMPRESCINDÍVEL (e
obrigatório por lei) andar com cópia da apólice de seguros e de preferência ter
um celular carregado e com créditos para qualquer emergência. No meu caso um
cara fez a volta em “U” na avenida Palmas (onde está o consulado do Brasil no
DF) e eu bati nele (era minha preferencial e ele estava errado ao entrar). Eu
sabia disso, o guarda ali presente sabia disso, mas até chegar meu marido (minutos antes do
seguro) o cara ficou gritando comigo porque eu tinha batido nele. Eu tinha uma
bebe recém-nascida e um filho doente no carro, estava indo fazer a certidão de
nascimento no consulado. No fim das contas deixei meu marido no local do
acidente e fui embora, me sentindo impotente e vulnerável, na minha condição de
mulher, em pleno puerpério, com 2 crianças pequenas.
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Roubo: Obviamente ser roubado, ter suas coisas pessoais
reviradas, saber que a polícia não fara NADA a respeito, além de um boletim de ocorrência
(necessário para solicitar 2da via de documentos) não é uma sensação desconhecida
para a muitos brasileiros, mas sentir-me insegura e vulnerável ao ter minha casa
invadida em outro país, me fez ter vontade de correr para a casa da minha mãe. Essa situação me motivou a encontrar uma casa, vencer a burocracia de empresa
multinacional fiadora e me mudar em 4 dias para uma casa onde me sentiria mais
segura. Foi meu Record pessoal em fazer uma mudança.
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Conflito Pessoal: Novamente, gente mal-educada, agressiva,
violenta, encontramos no Brasil também sem fazer muito esforço, mas quando
acontece o que me passou domingo passado, fez com que me sentisse absolutamente exposta e solitária. Estava na fila da lanchonete do cinema, pedindo
pipocas e um moleque de uns 10 anos veio reclamar que ele estava na fila antes
de mim, o que não era verdade e disse para ele. Em seguida, aparece uma mãe
barraqueira gritando para mim que eu era mal-educada e tinha furado fila, o que
mais uma vez respondi que não era verdade, que não havia ninguém na minha frente
como o pessoal da lanchonete podia confirmar. A louca vem para cima de mim para
me bater, o marido a segura, eu saio andando e ela vem atrás de mim no
corredor, derruba minhas coisas e começa a me agredir fisicamente. Assim sem
mais. Louca varrida, arrancada por seguranças e expulsa do cinema e do
shopping. Eu, tive que escolher entre chamar a polícia e mandar deter a
lunática, ou preservar as crianças que me esperavam na sala ao lado, da fúria de
uma pessoa demente, voltei para sala acuada, sem que ninguém do cinema tivesse
a decência de me dizer o que passou com a mulher (soube depois da expulsão) ou
devolver as pipocas para minhas crianças.
Enfermidade: Ser hospitalizado é naturalmente algo que nos
remete a realidade de que somos vulneráveis e ponto final. Eu me lembro de
visitar maternidades antes de ter minha filha e inevitavelmente chorar na parte
da visita que mostrava a sala de espera. Da sensação de solidão que não há como
descrever, que se sente ao ter um filho hospitalizado em estado grave, e como o
colo da mãe que pega o primeiro avião, (marido viajando conseguiu só o voo no
dia seguinte), fez toda diferença, não porque resolve a situação, mas porque
divide a dor, o medo a angustia.
Em cada uma
dessas ocasiões, me senti fisicamente doente, impotente e solitária. Sei bem,
em um nível racional, que se tudo isso tivesse acontecido no Brasil me sentiria
da mesma maneira, miserável por saber que a escória do mundo as vezes ganha.
Mas quando isso acontece longe de todos que amamos, falta um colinho, um
carinho, uma cara conhecida na multidão.
Como
evitar? Estar vulnerável diante de situações adversas é inevitável. Acontecem
em qualquer lugar porque o mundo é assim. A violência, a maldade, a doença são males
da humanidade. Mas sentir-se solitário não. Quem não tem família deve cercar-se
de amigos, criar uma rede de confiança, ter em quem confiar, porque ajuda, e muito.
Muitas vezes não queremos dar trabalho, incomodar, mas muitas pessoas aparecem
nas nossas vidas para ajudar também, porque assim como existe o mal, existe o
bem. Muitas pessoas serão capazes de oferecer a mão, de colocar-se no seu
lugar, de serem empáticas a sua situação. E não é vergonha nenhuma aceitar essa
ajuda, é uma condição humana que qualquer um de nós pode passar a qualquer
momento. E amanhã poderá retribuir, a essa pessoa ou outra, que precise algum
dia da sua ajuda.
Quando
estive grávida, sozinha, sem família, amigos mexicanos (e os poucos brasileiros
eu conhecia) me cercaram de carinho, me buscaram medico, hospital, fizeram baby
shower, me visitaram e me ajudaram a cuidar da minha bebe. Quando fiz uma
mudança a pressas, com medo que invadissem minha casa novamente, minhas
vizinhas me ajudaram com caixas, carinho e mãos. Quando meu filho foi
internado, minhas amigas me renderam no hospital para poder ir ao banheiro e
comer e cuidaram da minha bebe que não podia entrar em urgências. Em muitas situações
de emergência, tristeza, angustia, medo, amigos são a família que criamos.
Se você
é do tipo que pessoa que prefere ficar na sua, não incomodar nem ser
incomodado, morar fora muitas vezes te faz pensar se essa é a melhor forma de
viver em sociedade. Descobrimos que humanidade não é só um conceito teórico,
mas algo que existe em cada um de nós, pronto a ser descoberto, as vezes
através de um amigo, conhecido ou de uma pessoa que nunca viu antes, que ao
estender a mão te faz perceber que não estamos nunca sozinhos.
Escrito por:
Fabiana
Giannotti, brasileira radicada no México desde 2008.. Blogueira, Escritora,
Fotografa, Assessora a expatriados. Me considero afortunada por viver no
México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer, adaptar-se,
aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas coisas que
descobri nos últimos anos, além do fato que, por mais perfeito que seja o plano
tudo pode mudar de repente...
E-book, livro digital –
Venda direta: fabiana.giannotti@yahoo.com.br
Serviço Personalizado de Assessoria para
mudança ao México
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Viviendo em el México Magico
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4 comentários
Caramba! Seu texto me fez realmente refletir.
ResponderExcluirSou total do tipo que não pede ajuda, que não quer incomodar, que não dividi os problemas...
Só que, me imaginando nessas situações que você passou, me fez pensar o quanto isso é precioso e o quanto sou sortuda por ter pessoas maravilhosas ao meu redor querendo me ajudar.
Tenho que dar mais valor e aprender a "abusar" dessas pessoas um pouquinho. Afinal, eu amo ajudar e nunca me deixo ser ajudada. Mudando meu pensamento em 3,2,1...
Obrigada por dividir seus sentimentos com a comunidade.
Beijos e um abraço apertado daqui do Brasil!!!
Oi Bruna, tem uma rede de apoio, ajudar e ser ajudada é muito importante. Que bom que tem pessoas bacanas, como voce disse que adora ajudar, sabe que o prazer de dar é maior que o de receber, deixe esse pessoal curtir esse sentimento muito bom!
Excluirboa noite adorei o seu post, meu nome e helomir sou do rio de janeiro nao tenho filhos e nem familia gostaria muito de ir para o mexico para trabalhar sou seguranca pessoal e ex militar forcas especiais exercito brasileiro estou acostumado com lugares e rotina de violencia. gostaria muito de orientacao de como fazer para ir para o mexico
ResponderExcluirHelomir, o convido para dar uma lida em outros posts,temos varios que falam sobre como vir, obter visto, conseguir trabalho etc. Boa sorte!!
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