O difícil NÃO à primeira oportunidade de emprego no exterior.

Já contei pra vocês do desemprego. Do meu desespero.

Imaginem vocês, estarem desempregados em outro país? Tenso. Foi express mas, parece que durou mil anos. Envelheci até, de stress. Ansiosa, em situação de risco, já sabem.... Uma bomba prestes a explodir.

Meu cérebro funciona a 200 km por hora. quem me conhece sabe que não sei relaxar, faço mil coisas ao mesmo tempo e tenho insônia. Tipo , MUITA.
Numa dessas noites do desemprego, pensei: Por que não tentar voltar a trabalhar? Sempre trabalhei, minha vida toda, comecei aos 17 com carteira assinada. Na mesma noite, motivada pelo desespero, atualizei meu curriculum que estava lá, mofando há 3 anos. Passei para o espanhol e para o inglês e me inscrevi numa vaga, que o Rodrigo me indicou.

Não tinha esperança nenhuma, sério, afinal, muitos anos parada....

Mandei os emails e até desencanei, esperança zero mesmo.







O desemprego milagrosamente foi express, as coisas voltaram ao normal aqui em casa e...... resulta que me chamaram ! SIM! Me chamaram. Uma ligação diretamente da Argentina, porque era uma empresa multinacional agendando uma entrevista. CARACA! Eu de novo, na ativa. 
Foi uma sensação esquisita, diferente. Antes, fizeram uma série de perguntas pelo celular mesmo. E eu, independente do que fosse acontecer já tinha ganhado o ano, porque a pessoa que estava me entrevistando via celular me elogiou muito, quanto ao espanhol. Nossa!!!! Parecia um pavão, do tanto que me achei. Podia parar por ali, que já estava me sentindo.

Mas, segui os processos e fui pra entrevista na empresa mesmo.

Cheguei super insegura, tremendo literal. 

Fui recebida por 3 (três) entrevistadores. Caminhando para a sala, me vi de novo naquele ambiente que fiz parte por tanto tempo da minha vida, e pasmem: me deu muitas saudades. Queria sentar em uma daquelas ilhas e ficar ali... Que coisa estranha a gente né? Sempre desejei poder ficar em casa, e agora que estou em casa, me deu saudades em voltar ao ambiente coorporativo.

E a entrevista foi surreal. 3 pessoas falando comigo, termos financeiros e contábeis , em 3 idiomas diferentes ao mesmo tempo. Meu cérebro deu um nó. Eu achei que tinha sido um fiasco, porque de verdade, o inglês que era tão fácil pra mim, agora se bobear tá mais difícil que o espanhol. Confundia tudo....Que horror!


Mas.....passei! Passei pro teste final, com os diretores.

Voltei a empresa, fiz testes em espanhol e inglês, diretamente com os responsáveis da vaga, Adorei! Estava a vontade. Parece que Melissa contadora, Fênix, tinha renascido. Eu sempre gostei de trabalhar , de aprender, de crescer.... Aquilo voltou com tudo! 

Ligaram pra mim da empresa depois de dias: FELICIDADES SRA MELISSA, BIENVENIDA A.........!

PQP!

Passei. 

Fiquei muito, muito, mas muito feliz. Me senti competente de novo, o cargo era excelente, seria uma oportunidade de ouro pra mim. Durou mais ou menos um dia minha euforia.

Aí você, caro leitor, me pergunta por quê?





Porque alguém tem que ceder. Eu tive que ceder, e deixo claro que não fui obrigada, Meu marido me deixou muito a vontade em escolher o que me deixaria feliz. Mas, não tinha com quem deixar minha filha. Ahhhhhh mas ela é mocinha já. Não, eu não conseguiria estar tranquila com minha filha sozinha em casa, em um país diferente, sem minha família por perto. Ouvi muito : ¨Ela  vai crescer, e você vai ficar sozinha aí, porque ela vai embora....¨ . Ela vai sim, eu quero que ela crie asas. Mas enquanto ela estiver aqui , que é por alguns anos, do meu lado, eu quero aproveitar.
Seria uma oportunidade ímpar para o meu crescimento profissional. 
Mas, eu, como milhões de mães expatriadas, abri mão disso, pra uma oportunidade maior.
Felizmente meu marido voltou a sua condição normal e pôde dar conta da gente. Eu NUNCA na minha vida fiz corpo mole. NUNCA. Me julguem.

Mas hoje, depois de chorar, de pensar, de repensar, de analisar.... optei por seguir sendo o elo da minha família. Somos 3.  Eu estou no meio dos dois. Marido não tem hora, não tem dia, viaja, tá no papel que aceitamos que ele exerceria, antes de mudarmos. Agora imagina a princess, aqui, perdida, com mãe e pai dedicados a empresa.





Obrigada universo, por ter me dado a chance de provar pra mim mesma que sou capaz. Obrigada por poder escolher também o que julgo ser melhor pra minha família ( eu sei, posso estar errada....). E me desculpem , as pessoas envolvidas nisso tudo, por no final do processo todo, depois que não era mais questão de sobrevivência, ter negado a oportunidade de voltar a ativa.


Eu fiz o que meu coração mandou, mesmo estando ciente que tenho quase 40 anos e não vai ser fácil uma multinacional super importante, me convidar pra fazer parte do seu time.

Estou ciente. Então, você aí que acha que vida de expatriada no exterior é fácil, sinto te decepcionar, não é não.
:) Nem tudo são flores.






Share:

3 comentários

  1. Oi Melissa, tudo bem?
    Seu diploma de contadora serviu aí ou você precisou fazer algum curso ou complemento? Tem algo no blog sobre isso?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pra assinar balanco tem que ter o CRC daqui. O nosso nao vale! Como eu nao iria assinar nada, pra mim nao pediram! Mas acredito que tenha que fazer algum exame e aulas! Saludos.

      Excluir
  2. Oi Melissa, tudo bem?
    Seu diploma de contadora serviu aí ou você precisou fazer algum curso ou complemento? Tem algo no blog sobre isso?

    ResponderExcluir