10 Coisas que aprendi quando deixei o Brasil
1 - DESAPEGO
Mesmo quem
traz container com tudo, fará uma limpeza, e terá que se virar no período que não
chegam suas coisas. Quem trouxe algumas malas apenas, literalmente recomeça.
Deixamos muitas coisas para trás, poucas realmente farão falta, descobrimos que
podemos viver com muito menos, ter guarda roupa mais clean, menos moveis e acessórios.
2 - UNIVERSO PARALELOS
Quem vai
morar longe vive 2 universos diferentes. Um é o Brasil, amigos, família que
ficaram por lá. O outro mundo é o que chegamos, onde faremos amizades,
conheceremos vizinhos, colegas. Ninguém sabe o trabalho que dá acompanhar tudo
que acontece lá e ainda fazer um novo círculo de amizades. As vezes gostariamos tanto de apresentar uma amiga daqui a melhor amiga de lá, mas os mundos dificilmente coincidem, e ainda temos que lidar com ciumes rss..
3 - NAO TEMOS PASSADO
Uma das
coisas mais interessantes de mudar é que não temos nenhum histórico no novo
local. Ninguém nos viu nas piores ou melhores fases da nossa vida, ninguém conhece
as músicas, roupas, ídolos nacionais que tínhamos na adolescência. É legal, sob
o ponto de vista de nos reinventarmos, é chato porque não há testemunhas da
nossa vida, pessoas para dividir as histórias. Da mesma forma, tampouco teremos futuro após a data de partida, no Brasil. Poucos serao os que estarao dispostos a acompanhar o capitulo seguinte das nossas vidas.
4 4 - CALÇAMOS OS SAPATOS DA HUMILDADE
Algumas
coisas simplesmente teremos que aceitar como fato, com humildade de quem não pode
mudar as regras. É enervante, frustrante e te faz crescer como ser humano.
Desde o processo migratório – que as vezes é burocrático, injusto e irritante –
até as regras em jogo (documentação, sistema bancário, etc.). Bufar e pirraçar
como criança não vai mudar nada, só gerará mais conflitos e mau humor. A vida é
mais fácil quando aceitamos o que não podemos mudar.
5 - DIZER ADEUS
Aprendemos
que raramente é até logo, até breve. É Adeus. Ainda que vá ver essas pessoas
novamente, podem passar meses ou anos até que isso ocorra, e a vida se
encarrega de algumas tristes surpresas, as vezes não haverá tempo para se
despedir. Dizer Adeus quando vamos embora, cruzar o portão de embarque com o coração
apertado, dizer Adeus quando recebe pessoas amadas, chorar quando são eles que
embarcam. É parte da vida e rotina de um expatriado.
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6 - AMAR O BRASIL
A gente
xinga, reclama, se estressa com governo, com o povo, mas estando fora,
aprendemos a valorizar coisas que nem imaginávamos. Um dia eu chorei na esteira
da academia ao escutar “Aquarela do Brasil”. Ano de Copa, Hino Nacional, cores,
cheiros, sons da nossa pátria fazem o coração ficar pequenininho.
7 - FAZER AMIGOS É DIFÍCIL
Temos uma
imensa comunidade internacional, milhares de amigos virtuais, participamos de
encontros, festas, mas poucos serão aqueles que poderá chamar de amigos. Na
vida adulta, com responsabilidades, padrões de comportamento já estabelecidos, não
é tão fácil fazer verdadeiras amizades. Começaremos uma história em um enredo
que já existe, vamos encaixando nossos personagens e com sorte encontramos um
bom amigo.
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8 - SAUDADE, MELANCOLIA E NOSTALGIA
Palavras
que pareciam melosas, saídas de livros antigos, passam a ter sentido na vida
real. E dói. Aprendemos também que faremos falta para menos pessoas do que
imaginávamos, e outras se farão presentes mesmo à distância. Saudade não tem
dia nem hora, mas costuma aparecer nas datas festivas. Nessas horas o melhor é
deixar sentir, chorar se quiser, ficar quietinho um pouco e depois seguir
adiante.
9 - O MUNDO É IMENSO
Aprendemos que
estereótipos são burros e que somos pequenos perto de tanto mundo a conhecer. E
que viver outra cultura é muito mais que falar um idioma, comer a comida ou
escutar a música local. É compreender o que torna um povo único, aprender a
amar e odiar partes da história de onde vive, admirar aspectos estranhos,
sentir vontade de defender o povo e país que te acolhe, da mesma forma que
defende o Brasil, com todos seus defeitos e qualidades. Descobre que sabe muito
pouco de outros mundos e aprende a olhar para qualquer estrangeiro com admiração
e curiosidade pela sua história e bagagem.
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10 - QUE SOMOS FORTES
Viver fora
nos torna fortes, não o contrário. Quem ve os posts coloridos do facebook nao faz ideia do que acontece de verdade na vida real. A gente aprende a inovar, a buscar, a trilhar
caminhos jamais percorridos. A gente aprende a viver sozinho. Porque ainda que
tenha família, esposo, filhos, amigos, a experiência é única para cada um. A
gente fica com um orgulho danado de si mesmo, a cada conquista, porque nada é fácil.
Coisas comuns e corriqueiras, como abrir uma conta corrente, tirar habilitação,
comprar comida, alugar uma casa, atender um telefone, conversar com um
vendedor, são desafios que estaremos superando.
Viver fora do nosso país nos ensina muita coisa, é uma experiencia fascinante. Muitos querem sair e poucos o fazem, dos que fazem muitos nao aguentam e voltam ou já vieram por tempo determinado.
Cada um tem suas razoes e história por trás das decisoes. Eu posso dizer que da minha parte, eu nao aprendi a viver a cultura antes de uns 3 anos fora e depois de deixar de resistir. Tem gente que demora menos tempo, as tecnologias atuais ajudam bastante, mas via de regra, estar bem ou nao depende de escolher se o copo está meio cheio ou meio vazio.
Fabiana
Giannotti, brasileira radicada no México desde 2008.. Blogueira, Escritora,
Fotografa, Assessora a expatriados. Me considero afortunada por viver no
México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer,
adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas
coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que, por mais perfeito que
seja o plano tudo pode mudar de repente...
E-book, livro digital –
Venda direta: fabiana.giannotti@yahoo.com.br
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