Primeiros dias em Pachuca e a Pandemia.

Aqui vos fala alguém que em menos de 30 dias mudou de estado, mudou de cidade, mudou de status laboral (estou desempregada), que mudou do deserto para as montanhas (considerem aí uns 500 m de altitude mais ou menos!) , mas o principal NAO mudou: continuo em isolamento social 100%.

Confesso que só depois de 14 dias, pude respirar um pouco mais tranquila , pois no processo de mudanca é inevitável o contato com pessoas : ficamos em 2 hotéis diferentes, frequentamos restaurantes, convivemos com uma equipe da empresa de mudanca (excelente por sinal, vou indicar no final do post*) e quando chegamos aqui, vários prestadores de servicos entraram e saíram de casa, pra que as coisas funcionassem. E eu fiquei preocupada sim, mesmo tomando todo o tipo de precaucoes que ja estamos cansados de saber.

Friamente analisando, eu mudei de casa só porque seguimos obedecendo a quarentena, principalmente levando-se em consideracao o fato de que Hidalgo é um dos estados com maior número de casos e mortalidade da república, talvez pelo fato da proximidade do epicentro do México, a Cidade do México. 

Dados em 30.06.2020  - Fonte: https://verificovid.mx/

A coisa mais bizarra é morar numa cidade onde a gente nao conhece nada e nem ninguém, e nao pode sair pra explorar. Tenho que agradecer de joelhos a internet e o mercado livre, porque se nao fosse por essas plataformas estaria tudo pior. Literalmente em 30 dias saímos 3 vezes: 2 vezes ao supermercado, onde ainda está proibido a entrada de mais de uma pessoa por família e as medidas sanitárias estao sendo rigorosamente obedecidas e uma vez voltei pra SLP pra assinar minha e rescisao.

Lá me deparei com uma cidade voltando a normalidade e tive um certo pánico. Depois de quase 4 meses dentro de casa, o convívio social em massa me apavora...rs Vejo vírus por todos os lados. Mas eles estao em LARANJA, no semáforo nacional, algumas atividades já estao liberadas.

Nas 3 primeiras semanas me dediquei totalmente ao home office e a organizacao da casa. Tenho que pontuar também, algo que merece um post especial: passei pelo meu primeiro terremoto na vida e estou zoada até hoje. Já nao estava bom pandemia, teve um terremotozinho pra dar uma sacudida (literal). E eu de verdade, nao lembrei que estaria perto de zonas cismicas mexicanas. 

Agora, sem trabalhar, estou procurando alinhar as energias aqui, centrar e meditar muito porque essa última semana foi de lascar.

Pra quem assiste FRIENDS estou praticamente a Phoebe grávida, uma explosao de humores: choro, fico triste, dou risada, passo mal....rs em looping infito. Nao consigo me concentrar pra ler um bom livro, tem dia que nao tenho vontade de tirar o pijama....e nao tiro! Tem dia que eu compro desde comida até medidor de pressao no Mercado Livre.

Sem contar que virei a Melissa do Dedo Verde e só penso em plantas. Sempre gostei, mas agora parece que vivo pra isso.

Nao vejo a hora de poder sair e descobrir coisas novas, mas com a tranquilidade que eu tinha antes. Penso que terei muita coisa pra compartilhar aqui no Blog que estava paradinho, afinal, vou ter que refazer uma vida social por aqui e já nao estarei presa a uma vida godín.

O México ainda nao atingiu o pico da pandemia e os números nao correspondem a realidade. Por exemplo, o governador de Hidalgo distribuiu testes para a populacao que apresentasse mais de 2 sintomas do COVID (posteriormente checados na triagem). Conclusao: um boom de novos casos assintomáticos e o fechamento do estado novamente. 

Sinceramente nao vejo uma luz no fim do túnel e tem dias que quero sair por aí enfrentando o vírus e outros que nao quero sair nem na sacada.

O jeito é esperar, ¨no hay de otra¨.

Já nao tenho fotos pra subir no Instagram e temos usado a criatividade aqui de casa mesmo....rs.

Depois eu volto pra contar pra voces do terremoto.

* Indicacao da empresa de mudanca (zero publi, adoramos mesmo): a empresa é das mais eficientes que conheci e , nao quebraram um copo. Super atenciosos, de confianca e cuidadosos. Vou deixar o link abaixo caso precisem: