Por que viver no México e não nos USA ou outro país de primeiro mundo?




Outro dia lendo um blog de uma brasileira que vive na Holanda, falando sobre as dificuldades de viver lá, nos demos conta do afortunados que somos... Nos diversos grupos de expatriados que participamos, todos os dias vemos dezenas de pessoas pedindo informações sobre mudar-se para o EUA, Canadá, Austrália e Europa. 







Parece que não existem outras opções para a galera.


Há alguns anos atrás surgiu a possibilidade de irmos viver na Europa, ao pesquisar a respeito eu odiei a ideia... 9 meses de gelo no ano, língua muito difícil, casas minúsculas, sem chance de ter carro pelo estilo da cidade e pela licença... no fim nao deu certo... sabendo bem o que é uma mudança de país e os perrengues que se vive no processo, sob o meu ponto de vista, só há um ponto onde os países de 1º mundo ganhariam do México, um ponto importante que me faria considerar uma mudança: Segurança. E segurança no EUA, por exemplo, não se aplica a qualquer cidade, caso haja alguma ilusão a esse respeito. Fora isso vou listar alguns quesitos básicos me fazem gostar mais daqui do que de países de 1º Mundo, os socialistas e comunistas de plantão podem atirar a 1º Pedra...


VIVER AQUI É MAIS BARATO QUE NO BRASIL OU NO 1º MUNDO



Sim, a gente ganha menos, o Peso anda maltratado pelo dólar, mas ainda assim se vive melhor. Taxas de juros menores, Impostos muito menores, nos permitem comprar casa, carro melhores, ou mesmo alugar mais barato enquanto não podemos obter credito. 

Comparando com cidades equivalentes no Brasil, minhas moradias são muito superiores ao que eu poderia ter no Brasil com o mesmo poder aquisitivo.

Todos os demais custos para viver confortavelmente, agua, luz, gas, internet, celular, plano de dados são muito mais baratos que no Brasil ou 1º mundo, e com qualidade. (Sim, você também vai brigar com a operadora de celular e telefone e terá problemas com tv a cabo, mas via de regra funcionam bem).

Transporte público é um pesadelo mesmo, e nisso não se compara a nenhum país de 1º mundo, mas pessoalmente eu prefiro ter um fusca que viver a pé. Uber e taxis são baratos. Para aqueles que não gostam de dirigir, México é uma péssima opção. Para mim viver em uma cidadezinha da Europa onde todos têm que andar a pé ou de bicicleta é um pesadelo. Depende do ponto de vista e do nível de preguiça da pessoa.



                                                      POSSO COMER QUASE TUDO



Claro, quase tudo, não tenho catupiry ainda, mas todo o resto com alguma capacidade de adaptação e com a ajuda da comunidade brasileira, aqui encontramos coxinha, brigadeiro, ingredientes brasileiros, carnes, verduras, frutas de diversas qualidades e gostos. O mesmo se aplica a restaurantes, temos uma imensa variedade de fast food, restaurantes internacionais para todos os bolsos e gostos. 

Sim, é muito mais caro comer em um restaurante italiano ou em um restaurante argentino do que comer tacos na rua, mas ainda assim vai sair mais barato do que se estivesse na Holanda, Alemanha, Suecia ou EUA. Quando vejo meus compatriotas reclamando do preço de hortifrúti, carnes de qualidade, em países de primeiro mundo tenho pena... e corro no Costco comprar mais picanha.



POSSO TER PRESTADORES DE SERVIÇO E EMPREGADA DOMESTICA






Ok, aqui é quando os socialistas e sindicalistas atiram as primeiras pedras... eu sei, o mundo não é justo, mas de verdade, sempre procuro apoiar a pessoa que trabalha comigo, de uma maneira justa e humana, pago TODOS os direitos, ofereço horários de trabalho razoáveis e compatíveis com a realidade dela, ainda que não seja obrigatório. 

Basicamente não vou mudar o mundo, vivo em um país com tanta desigualdade social como o Brasil, posso oferecer um salário em troca de um trabalho, e contrato empregada doméstica. Também contrato serviços esporádicos de encanador, jardineiro, carpinteiro, etc. Aqui podemos pagar, porque vivemos em um país com muitas necessidades, infelizmente.










O CLIMA AQUI É PARECIDO COM O DO BRASIL





Ok, o Brasil tem de tudo, e aqui também. Eu vivi em 3 estados diferentes e me adaptei muito bem ao clima, o DF está vivendo um período crítico de poluição, pior que o Brasil, mas exceto por isso, não temos invernos mega rigorosos nem verões insuportáveis na maior parte do país, como os melhores países do norte e leste europeu e algumas regiões do EUA. 

E nos 8 anos que vivi aqui conto nos dedos quantas vezes tivemos dias feios seguidos. O sol sempre brilha nessa terra abençoada. É verdade que há terremotos, mas também há uma super estrutura nesse sentido, quanto aos furacões sim existem, mas está restrito a algumas zonas.



O POVO É AMIGO E FALA UM IDIOMA PARECIDO AO NOSSO




Sim, há muita diferença cultural, há machismo, há orgulho, há momentos de choque, mas via de regra o mexicano nos ensina muitooooo sobre gentileza, amabilidade, respeito e educação. Mas principalmente o mexicano GOSTA de brasileiro. Meu marido que é loiro, alto de olhos verdes sempre é confundido com gringo (esse termo, aqui, se aplica para estadunidenses apenas), quando ele responde em espanhol e diz que é brasileiro a expressão das pessoas muda, sério! 

Sim há preconceitos e estereótipos que superar, mas isso nunca encontrei um país, até os vizinhos do Brasil, onde não exista. O povo daqui é cálido, não são frios, distantes ou arrogantes, como muitos se queixam da frieza e bairrismo da maioria dos países de 1º mundo. O fato do espanhol ser mais fácil de entender e de arriscar não significa que seja fácil de dominar, eu ainda escrevo “chistoso” como dizem educadamente minhas amigas mexicanas...mas é muito mais fácil que falar Inglês, Frances, Húngaro, Sueco, Alemão, etc.









                           EDUCAÇAO






Há muita controvérsia nesse assunto, haverá quem defenda diferentes métodos para o ensino acadêmico, eu não entro nesse mérito. Infelizmente estudo de qualidade não é para qualquer um aqui, temos que pagar por isso, coisa que não ocorre em países de 1º mundo, mas também tenho poder de escolha. Conheço brasileiros que vivem em países de 1º mundo que odeiam as escolas que foram designados, tem problemas sérios com os educadores, alguns  exigem que não se fale português, não flexibilizam a alimentação da criança na escola, tenho amigos cujos filhos de 2 ou 3 anos foram taxados de autistas porque ainda não falam o idioma local, na França e no EUA (os diagnósticos não se confirmaram, mas em um dos casos a criança chegou a ter que frequentar uma escola especial).

Eu entendo como educação um conjunto de valores e formação.  Meus filhos são trilíngues, estão em uma escola que escolhi segundo meus valores e não minha localização geográfica, eu pago metade do que pagaria em uma escola equivalente no Brasil e se não estiver satisfeita posso muda-los a hora que eu quiser. Tenho a minha disposição escolas humanistas, Montessori, construtivistas, business, tradicionais, laicas, religiosas. Eu prezo essa liberdade de escolha, apesar de pagar por ela. E não, não é para qualquer um, há que trabalhar duro para colocar o filho numa boa escola. Mas nos EUA, por exemplo, viver em uma “boa zona” escolar, também custa caro, muitas famílias americanas fazem malabarismos para colocar seus filhos nas melhores escolas, e ainda não podem reclamar. 



Há um ditado que diz: "vamos aonde está o trabalho", não temos nenhuma garantia de ficar aqui para sempre e não sabemos os caminhos que vida tem para nós... por hoje, nos consideramos afortunados de viver aqui. Sabemos que poder viver em uma boa casa, pagar uma boa escola e ter carro é um luxo em qualquer país subdesenvolvido. Mas há outros luxos que possuímos que o dinheiro não pode pagar, amizades, clima, respeito... no fim das contas, cada um escolhe o preço que lhe parece justo Eu acho, que no conjunto das coisas, vivemos felizes no Mexico...




Escrito por:



Fabiana Giannotti, brasileira radicada no México desde 2008.. Blogueira, Escritora, Fotografa, Assessora a expatriados. Me considero afortunada por viver no México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer, adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que, por mais perfeito que seja o plano tudo pode mudar de repente...

E-book, livro digital – Venda direta: fabiana.giannotti@yahoo.com.br:




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12 comentários

  1. Estamos prestes a enfrentar uma mudança de vida, indo morar em outro país e tenho certeza que todos tem seus pontos positivos e negativos. Conheço o México e tem sim muitas coisas boas por lá!

    Clau Bins

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  2. viver fora do país sempre uma experiência enriquecedora. Eu estranharia muito a alimentação. Tem o lado bom e tem coisas não tão boas como teria se vc vivesse aqui tb

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  3. Que post bacana!!!
    Muito bacana saber como é a vida no México!
    beijos

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  4. Muito bom este texto da Fabiana! Já conheço um pouquinho da realidade daí pelas conversas com a Mel e pelas leituras no blog! Adorei saber um poquito más!

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  5. Obrigada pessoal, é bem por aí mesmo. Tudo tem seu lado bom e ruim. E eu ainda nao sou fa de comida mexicana após 8 anos aqui rss

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  6. Imagino que não deve ser fácil a adaptação e qualquer do mundo. Mas, com prós e contra, com certeza se acha o meio termo. legal saber como é por aí.

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  7. Eu gostei muito do post, e concordo com quase 100% dele. Já morei no México e em diferentes países europeus. Sem embargo, se fosse para ser professora universitária como aqui no Brasil, eu acho que ainda preferiria Europa. Mas a depender de outras propostas o México é sim uma opção interessante para se viver. Até porque uma das melhores coisas do México é o mexicano, gente cálida e acolhedora. Eu estranharia muito a comida (curto muito não), e o catolicismo reinante. mas como eu não tenho filhos os choques também são minimizados, ou seja: observa-se muita coisa de fora sem entrar nela... :)
    Um abraço

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    1. É Poliana, infelizmente professores nao sao valorizados em paises subdesenvolvidos - por isso mesmo seguem assim... outras áreas sao melhores ou piores. A comida gente abrasileira tudo rss, eu levo até farofa em restaurante, para ter ideia!

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  8. Olá! Acompanho o blog há um ano, porque tenho intenção em me mudar para o México. Meu maior medo está relacionado à ida do meu filho que tem 9 anos, mas é especial ( cego, autista e tem paralisia cerebral). Gostaria muito de saber como um tratamento médico neste sentido, considerando que inicialmente eu não teria emprego, e, não teria o direito ao "plano" conforme li em outros posts. Exemplo: se meu filho tiver uma crise convulsiva, terei um atendimento rápido? Uma ambulância por exemplo? É óbvio que pretendo ter o dinheiro para pagar, mas e se eu não tiver? Como funciona isso aí? Vc pode me ajudar? Muito obrigada.

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    1. Olá, Sinto te dizer mas os serviços publicos no Mexico sao ainda piores que no Brasil. E para utilizar voce tem que estar inscrita no Seguro Social (empregada e registrada) o serviço médico de emergencias aqui é muito caro, razao pela qual todos devem ter seguro médico. Eu nao recomendaria em nenhuma circunstancia voce vir para cá sem trabalho e sem um trabalho. Os hospitais particulares exigem um deposito inicial no cartao de credito para dar entrada em uma emergencia e se nao tiver cartao tem que pagar em dinheiro vivo. (é como se fosse uma garantia) nao fazem nenhum procedimento se nao houver um voucher aberto do seguro médico ou pagamento previo. E apesar de nao poder, negam atendimento sim. É complicado a questao médica aqui.

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    2. Quis dizer sem trabalho e um seguro social ou particular. Lembrando que mesmo o seguro social exige pagamento de varios procedimentos. Nao é 100% gratis e é ruim.

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    3. Obrigada pela atenção em responder. Muito obrigada

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