Cade o coelho? Páscoa no México.
Mexicanos que adoram uma farra, comemoram até aposentadoria, enfeitam o país todo, deixaram a desejar.
Nada de ovos, coelhos e tetos de chocolate por aqui. E isso vai contra dois títulos: México, o país onde o chocolate foi descoberto, e , a grande nação católica.
E a gente sente falta só do que não tem, não do que realmente gosta. Eu não gosto de doce, mas , encarei quase duas horas de estradas e encontrei queridos amigos virtuais, aproveitando para comprar Ovos de Páscoa caseiro (Obrigada Ju, da Bella Bellu / DF). Leram? Eu não curto doce.
Mexicano nem sabe o que é Ovo de Páscoa. Um amigo do grupo, quando viu uma foto, ficou maluco (Vanny, embaixador Oaxaca!). Eu juro que procurei pra tirar fotos, achei uns itens perdidos, esquecidos lá no HEB, que chega a ser rídiculo perto de Dia do Amor, Dia dos Mortos, Dia do Grito, etc...
Por que será? Grande Dúvida. Mas vou contar o que vi esse ano pra vocês, porque o ano passado não fiquei aqui , fomos bater perna no país vizinho. E vale ressaltar que eu pesquisei, perguntei e vou citar um pouquinho da minha cidade, San Luis Potosí.
As tradições aqui são bem parecidas (catolicamente) com o Brasil.
A Páscoa é uma combinação de Semana Santa e Semana da "Pascua", são duas semanas de
celebrações religiosas, festas e férias das escolas (Spring Break). Comecemos com a Semana Santa que, em um país tão católico como o México, é uma celebração bem importante. Aqui é como o Brasil, quarta feira de cinzas, 40 dias antes, os mexicanos vão a igreja e os padres fazem o sinal da cruz nas suas testas com as cinzas. A quarta feira de cinzas marca o início da Quaresma, um período de 40 dias de penitencia e abstinência que marca a Semana
Santa: a Quaresma é uma lembrança dos 40 dias que Jesus passou no deserto antes de sua Paixão.
O domingo anterior a Páscoa se chama Domingo de Ramos e comemora a chegada de Jesus a Jerusalém, quando o povo o recebeu com folhas de palma. Os mexicanos pegam as palmas da igreja e levam para suas casas, e como no Brasil, colocam atrás das portas para proteção. Depois de um ano, devolvem as palmas para as igrejas, para estas serem queimadas e transformadas em cinzas para uma nova Quarta Feira de Cinzas. A próxima semana é a Santa e as crianças tem duas semanas de férias.
A maioria dos bancos e escritórios públicos tem uma semana de férias, mesmo que os únicos dias de
descanso obrigatório são Quinta e Sexta Feira Santa (teoricamente, meu maridim, vai trabalhar...)
Na Sexta Feira Santa, surge a Via Crucis, que é uma representação da Paixão de Cristo.
Em algumas , em especial, são bem realistas, com sangue de verdade e tudo sendo a Via Crucis de Iztapalapa na Cidade do México a mais famosa de todas, um milhão de espectadores.
O Sábado de aleluia é comemorado em alguns pueblos, e aqui também tem a tradição de queimar o Judas, e o motivo é mundial, a traição a Jesus. No domingo, os Católicos celebram a Ressurreição de Jesus , super importante. No México , o Domingo de Páscoa é seguinte ao domingo de resurreição e a semana depois da Semana Santa, é a Semana de Páscoa. nada de celebração ímpar, aqui a maioria das pessoas vão viajar e eles acham que o coelho da Páscoa é super "merchan".
Eu planejei mil coisas, mas depois de conversar com minhas amigas me disseram que é mais ou menos tentar descer pra praia no feriado prolongado. Passo! Claustrofóbica! O único lugar que inacreditalvemente fica as moscas é o DF. (eu já estou desfalcada de amigos....)
Curiosidades:
· Ocorre em todo o país a encenação da Paixão de Cristo, especialmente em Iztapala, cidade ao sul da Cidade do México que atrai cerca de 3 milhões de mexicanos. A tradição é uma homenagem a Santo Sepulcro, que segundo contam afastou para sempre a cólera de 1843, epidemia que dizimou quase toda população local. Após a epidemia de cólera que praticamente dizimou a população local, os sobreviventes imploraram ajuda ao Santo Sepulcro e, após dez anos sem nenhum registro da doença, realizaram a primeira representação como forma de agradecimento. Desde então, todo ano a cidade se converte em uma antiga Jerusalém, atraindo cerca de 3 milhões de mexicanos.
· Toda Sexta Santa as ruas do Centro de San Luís Potosí ficam místicas. A partir das 20:00 horas começa uma marcha que converte a cidade em um cenário da Procesión del Silencio, o maior ritual religioso da capital, que ano a ano fica de luto pela morte de Jesus.
Tudo se inicia na Plaza del Carmen, quando a representação das tropas romanas abre a noite com o soar de tambores e clarim, depois a guarda toca 3 vezes a porta do Templo del Carmen, e por toda vez o clarinero ordena silêncio. A multidão obedece e fica ao redor em clima de expectativa. Então se abre a porta do Templo e despontam sobre a plaza as primeiras cruzes e cirios que serão levados pela comitiva. Aos poucos as ruas ficam cheias de luzes e cofrades (homens com vestimenta da cor de sua ordem e capuzes cônicos, todos com imagens religiosas). A figura da Virgem, Nossa Senhora de La Soledad, é a grande protagonista do desfile, sendo majestosamente transportada por 40 homens. Essa tradição é herança da Espanha, e foi trazida a SLP pela ordem das carmelitas descalças, sendo assim, a procissão mais importante da República Mexicana.
· Apesar de chocolates e coelhos fazerem parte da rotina somente das classes mais altas, é mantido o costume de não comer carne na Sexta-Feira Santa e muitas vezes até em todas as sextas-feiras da Quaresma.
· No domingo de Páscoa, passa em rede nacional uma missa especial em celebração a ressurreição de Cristo. Todos os mexicanos tem “obrigação” de assisti-la. A celebração é feita em memória da Ressurreição de Jesus Cristo e a devoção e concentração é presente no olhar do povo.
· Ao meio-dia do domingo de Páscoa, acontece a “malhação de Judas”. Na brincadeira, bonecos representando o apóstolo traidor são socados, enforcados e queimados, sendo que em alguns lugares o boneco é trocado por uma piñata, objeto grande cheio de doces que as crianças tentam quebrar.
· Ocorre em todo o país a encenação da Paixão de Cristo, especialmente em Iztapala, cidade ao sul da Cidade do México que atrai cerca de 3 milhões de mexicanos. A tradição é uma homenagem a Santo Sepulcro, que segundo contam afastou para sempre a cólera de 1843, epidemia que dizimou quase toda população local. Após a epidemia de cólera que praticamente dizimou a população local, os sobreviventes imploraram ajuda ao Santo Sepulcro e, após dez anos sem nenhum registro da doença, realizaram a primeira representação como forma de agradecimento. Desde então, todo ano a cidade se converte em uma antiga Jerusalém, atraindo cerca de 3 milhões de mexicanos.
· Toda Sexta Santa as ruas do Centro de San Luís Potosí ficam místicas. A partir das 20:00 horas começa uma marcha que converte a cidade em um cenário da Procesión del Silencio, o maior ritual religioso da capital, que ano a ano fica de luto pela morte de Jesus.
Tudo se inicia na Plaza del Carmen, quando a representação das tropas romanas abre a noite com o soar de tambores e clarim, depois a guarda toca 3 vezes a porta do Templo del Carmen, e por toda vez o clarinero ordena silêncio. A multidão obedece e fica ao redor em clima de expectativa. Então se abre a porta do Templo e despontam sobre a plaza as primeiras cruzes e cirios que serão levados pela comitiva. Aos poucos as ruas ficam cheias de luzes e cofrades (homens com vestimenta da cor de sua ordem e capuzes cônicos, todos com imagens religiosas). A figura da Virgem, Nossa Senhora de La Soledad, é a grande protagonista do desfile, sendo majestosamente transportada por 40 homens. Essa tradição é herança da Espanha, e foi trazida a SLP pela ordem das carmelitas descalças, sendo assim, a procissão mais importante da República Mexicana.
· Apesar de chocolates e coelhos fazerem parte da rotina somente das classes mais altas, é mantido o costume de não comer carne na Sexta-Feira Santa e muitas vezes até em todas as sextas-feiras da Quaresma.
· No domingo de Páscoa, passa em rede nacional uma missa especial em celebração a ressurreição de Cristo. Todos os mexicanos tem “obrigação” de assisti-la. A celebração é feita em memória da Ressurreição de Jesus Cristo e a devoção e concentração é presente no olhar do povo.
· Ao meio-dia do domingo de Páscoa, acontece a “malhação de Judas”. Na brincadeira, bonecos representando o apóstolo traidor são socados, enforcados e queimados, sendo que em alguns lugares o boneco é trocado por uma piñata, objeto grande cheio de doces que as crianças tentam quebrar.
7 comentários
Parabéns pelo post adoreii!!
ResponderExcluirQue bom que gostou! Obrigada!
ExcluirSaludos.
Acabei me perdendo em meio a tantas comemorações, o povo mexicano é bem católico mesmo, agora, não ter ovos de chocolate é uma pena e um grande pecado, principalmente para com as crianças.
ResponderExcluirmuito bonita essa celebração,meio assustadora essa roupinha com capuz,cruzes !!!!
ResponderExcluirpeninha não ter ovos de páscoa !
Por aqui também não tem ovos de Páscoa, mas tem bastante tradição católica!! Bjooo
ResponderExcluirComo assim não tem ovos de Páscoa??? hahaha... imagino que muitos países não tenham mesmo, mas eu adoro!!! Em 2014 passei a Páscoa na Itália e apesar de não ter tantos quanto no Brasil, comprei um maravilhoso da Lindt!!! =]
ResponderExcluirGosto dessas curiosidades e sei que muitos católicos - minha mãe inclusa - iriam adorar esse foco da páscoa na morte e ressurreição de Jesus. Mas confesso que eu sentiria muita falta dos ovinhos de chocolate. A-MO!
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