Choque Cultural
Choque Cultural é uma expressão que faz parte da realidade de um
expatriado. A grande questão do choque cultural é que não lidamos apenas com um
aspecto diferente na nossa mudança, de repente muda tudo. Suas referências de
casa, lugar, sua forma de comunicar-se, o que e como você come, além dos sabores,
os sons que você escuta, idioma, musica, clima, altitude, vestuário, tudo é
estranho aos seus 5 sentidos.
Você tem que reinventar sua forma de viver, estar, comer, falar, hábitos
de vestimenta. Mesmo para pessoas que são bastante adaptáveis há um custo
emocional grande, para aqueles que possuem hábitos arraigados, que custam para
mudar seus costumes, pode ser impossível adaptar-se a viver em outro país a
menos que queira verdadeiramente mudar.
O choque cultural gera conflito, sofrimento, angustia. As vezes vem logo
de cara, as vezes só cai a ficha meses depois, com um cheiro, uma lembrança, um
momento de frustração...
A frustração é um dos principais fatores que desencadeiam o choque
cultural, pode vir porque a realidade não corresponde as nossas expectativas,
porque não vemos resultados satisfatórios para o esforço realizado, porque
tentamos solucionar problemas com métodos que nos funcionavam antes, mas agora
já não servem, e por aí vai...
Um das razoes para que ocorra o choque cultural é o fato de que de
repente começamos a questionar valores que nos pareciam absolutos, porque somos
expostos a diversas situações que temos que aprender a lidar mesmo sem conhecer
todas as variáveis para solucionar. O choque cultural não é resultado de um
evento ou sucessão de fatores, é acumulativo.
Você percebe que vive um choque cultural quando começa a sentir:
Nostalgia: De repente
os momentos vividos no passado, amizades antigas, imagens e postagens nas redes
sociais, reuniões familiares onde você não está presente, parecem dolorosos ou
causam sofrimento. Nesses momentos a sugestão é: Seja racional. Amigos seguem
sendo amigos, aquelas fotos do facebook não revelam a verdade absoluta, não
mostra as brigas, inveja, discussões, atritos, só mostra rostos congelados em
momentos capturados com intuito de parecerem felizes, sendo isso realidade ou
não. Se necessário, de um tempo das redes sociais, da Globo Internacional, das notícias
do mundo de lá. Não tente viver nos dois mundos todo o tempo, é impossível.
Talvez seja hora de investir em criar novas histórias, novas amizades, e quando
postar suas fotos, lembrará que podemos parecer felizes e até nos sentir
felizes com um fundinho de tristeza.
Depressão: Se perceber
que os sentimentos tristes já entram no campo da depressão, procure ajuda. As
vezes umas sessões de terapia, um ombro amigo, e se necessário até algum
medicamento prescrito podem ajudá-lo.
Compulsões: Compras,
bebida, festas, aquela sensação de tentar preencher um buraco com “alguma
coisa”. Cuidado com isso. Não temos obrigação de ser feliz, aparentar ser
feliz, as vezes não há nada de errado em sentir-se triste e viver essa
sensação, sem ter que buscar alternativas.
Irritabilidade e tensão: Muitas vezes a irritabilidade vem em relação a características do lugar
que vive. Hábitos, costumes, clima, musica, etc., podem gerar irritação
extrema. Não querer dirigir, sair para comer, trabalhar com as pessoas de onde
vive pode ser um indicio de que está na hora de relaxar e adaptar.
Nacionalismo exacerbado: De repente parece que tudo no Brasil é melhor, mais gostoso, mais
bonito. Colocamos um filtro que nem sempre é real. Conheci várias pessoas que
após alguns anos fora, ao retornar ao Brasil, ficaram chocados com a realidade,
pois haviam criado um quadro mental que não correspondia a realidade.
Crítica e hostilidade contra os locais: Está ligada aos temas de irritabilidade e tensão e ao nacionalismo,
gerando uma espécie de xenofobia contra os locais. Vale lembrar que você é o
estranho, portanto cabe a você se adaptar.
Choro e mal-estar físico: Às vezes pode ser algo eventual, é normal, se não passar depois de
algum tempo, pode entrar no campo da depressão. Fique atento a seus sentimentos
e busque ajuda se necessário.
Etapas do Choque Cultural:
Euforia
Irritabilidade
Ajuste gradual
Adaptação.
Como evitar o choque cultural?
Obter o máximo de informações sobre seu novo estilo de vida;
Ser racional, buscar argumentos lógicos contra os aspectos que o
incomodam;
Evitar criticar a cultura local e compreender suas origens;
Fazer amizades com pessoas locais;
Esperar uma experiência positiva.
Capacidades e atitudes que ajudam a evitar o choque cultural:
Manter a mente aberta
Ser tolerante e menos crítico consigo e com os demais
Empatia
Ser comunicativo
Curiosidade
Senso de humor
Gentileza
Escrito por:
Fabiana
Giannotti, brasileira radicada no México desde 2008.. Blogueira, Escritora,
Fotografa, Assessora a expatriados. Me considero afortunada por viver no
México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer,
adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas
coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que, por mais perfeito que
seja o plano tudo pode mudar de repente...
E-book, livro digital –
Venda direta: fabiana.giannotti@yahoo.com.br:
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