Sobre os haters…
Eu não vou
falar sobre o que aconteceu com a Melissa, pois sei que no seu devido momento
ela mesma vai querer soltar o verbo e libertar a alma. Vou falar um pouco sobre
mim, sobre algumas experiências que tenho vivido, que me motivam e já me
feriram.
Quando
cheguei em 2008, não existia WhatsApp e o facebook era incipiente, busquei no
oráculo do Google o máximo de informações que podia, e tinha um ou outro blog
perdido, informações esparsas e desconexas, de forma que tive que confiar no
que me diziam na empresa. Meu marido veio para cá através de uma multinacional
de um porte gigantesco, com muita experiência em expatriamento de executivos e
cumpriram tudo que nos prometeram, depois de finalizada a proposta.
O problema
é que para fazer a proposta, nos baseamos em informações de pessoas que não
tinham – como posso dizer? “Um comprometimento com a verdade”? – Nos mentiram,
e feio. Nos mentiram em relação ao custo de vida, nos mentiram em relação as
opções que teríamos aqui no México, nos venderam uma vida de conto de fadas e
quando pisamos no México e descobrimos que as coisas não eram bem assim, já era
tarde. Podíamos abortar a missão e enterrar a carreira internacional, fechando
todas as portas que fatalmente se abririam, ou encarar a mudança com todos os
reveses não contemplados e fazer uma limonada, de um limão muito azedo.
Eu me
frustrei muito, fiquei louca da vida com a nossa credulidade e a falta de honestidade da pessoa que nos orientou. Deus abre suas
janelas e encontrei muita gente bacana, alguns poucos brasileiros e vários mexicanos
queridos que nos abriram as portas de suas casas, vidas e amizades. Nos
ajudaram em uma adaptação difícil, porque literalmente fizemos um mal negócio.
Eu me virei, aprendi, mudei, cresci com minha família e muitas situações que
nos deparamos aqui. Graças a Deus, a nossa resiliência e atitude, as coisas se
estabilizaram, portas se abriram e hoje podemos dizer que estamos bem, um dia
quem sabe eu digo que somos ricos, como muita gente no Brasil acha rs.
Por todo
esse trajeto, que comecei minha amizade com a Melissa, motivada por uma vontade
real e sincera de ajudar. Porque cada vez que vejo um brasileiro achando que
vai “fazer América” ou recebe conselhos (as vezes até bem-intencionados) onde
vejo que pode se encrencar, eu lembro das minhas encrencas. Quando vejo
brasileiros tentando se adaptar, buscando comidas, referencias, lembro como foi
difícil para mim no começo. Não havia uma Melissa Lima, com um blog cheio de
ideias, dicas, interações, para mim. Conheci melhor a Melissa e fomos forjando
uma amizade incrível e trabalhamos muito mesmo para ajudar a comunidade, junto
com outras pessoas sensacionais que escrevem para o blog ou na página da face.
Há muito
grupos de brasileiros no México, cada um deles com suas regras e seu perfil. Eu
faço parte de muitas comunidades virtuais e pouco a pouco vamos deixando alguns
de lado, nos identificando mais com outro, acho válido e saudável, e no mundo
virtual assim como o mundo físico não frequentamos lugares que não nos sentimos
bem, não compartimos valores. É uma seleção natural.
Os haters
existem, sempre existirão, é facil falar coisas horriveis atrás da tela. Eu já li comentários muito desagradáveis, de gente
nos posts, de administradores de outros grupos, minimizando o nosso trabalho
com o blog, com comentários mesquinhos como “que bom que você se sente
realizada achando que ajuda a
comunidade brasileira, que faz um trabalho social, é bom para se distrair”.
Então, conheço
na página do facebook do Viviendo em el México Magico, uma pessoa que está
vindo para cá, que tem os mesmos medos e angustias que eu tinha, e seja através
dos nossos posts ou através da assessoria personalizada que fazemos, percebo que a
ajudamos. Que sua família vai chegar aqui sabendo o que a espera, que sua adaptação
vai ser mais fácil, estará mais preparada, não terá mais surpresas desagradáveis do que provar uma comida diferente do que imaginava ou adaptar-se ao clima e
idioma.
Isso pode não
ser um trabalho social de distribuição de renda a comunidades carentes ou criar
poços na África, sei muito bem disso. Mas para aquela família, nosso trabalho
fez toda a diferença. Eles podem até não saber os problemas que enfrentariam
sem um pouco de ajuda, mas eu sei. Sei o que evitei. E para mim é mais do que
uma distração de dona de casa entediada, é uma motivação saber que cada post de
esclarecimento é uma dose contra a burocracia corporativa ou de funcionários públicos
que transformam famílias em números e processos.
Também
encontramos haters que acham que pintamos um México Mágico, lindo e perfeito –
gente que não lê nossos posts, onde somos as primeiras a chamar todo mundo a
razão de que o país tem muitos problemas sim, sociais, estruturais e diferenças
culturais que nos irritam profundamente. Porém também é o país que nos acolhe,
nos dá o sustento, os amigos, o lar que escolhemos viver, então sim, buscamos
em cada dificuldade encontrar a centelha mágica que faz com que a experiência de
cada um de nós que aqui vivemos (ou aos que pensam em vir) valha a pena.
Já nao publicaremos nos grupos Vida de Brasileiro no México e Brasileiros no México por razoes pessoais, nao concordamos com algumas idéias e politicas e preferimos sair respeitando as diferencas de opinioes e achando que no imenso mundo web tem espaço para todos os grupos e preferenças. Seguiremos nosso trabalho e, para aqueles que acham que vale a pena, por favor, compartilhem, lancem nossas sementes no mundo virtual, participem seguindo-nos e interagindo com a comunidade da página do facebook:
https: //www.facebook.com/viviendoenelmexicomagico e nosso
Então, Melissa Lima, Rodrigo, Marina Machado, Iris Zattoni, Nathan Delfino, Gustavo Ciello, e todos aqueles que escrevem em publicações do blog, que ajudam a comunidade na página do facebook, os convido para seguirem adiante, ignorando aqueles que fazem críticas destrutivas, que odeiam gratuitamente e que possamos continuar a mostrar ao mundo nossas experiências, ajudando aqueles que querem vir conhecer, passear ou viver nessas belas terras mexicanas!!
Fabiana
Giannotti, brasileira radicada no México desde 2008.. Blogueira, Escritora,
Fotografa, Assessora a expatriados. Me considero afortunada por viver no
México, aprender a respeitar e conhecer essa bela cultura. Conhecer,
adaptar-se, aprender, mudar, acostumar, respeitar, amar o diferente são algumas
coisas que descobri nos últimos anos, além do fato que, por mais perfeito que
seja o plano tudo pode mudar de repente...
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desse texto, comparta com seus amigos, conheça nossa fanpage e faça parte dessa
enorme familia brasileira no Mexico!
4 comentários
Nossa que horror!Estou meio por fora,não entendi muito bem o que aconteceu pelo relato acima,não participo de comunidade no FACEBOOK para saber,só sei que eu já tive algumas discussões com brasileiros nacionalistas que também disseram que eu pintava um México cor de rosa que não correspondia à realidade,justamente o México que é uma país de tantas cores e semitons!Já cheguei a dizer para uma certa pessoa que só publicava textos na internet falando mal do país,normalmente reforçando clichês,que seria melhor voltar para o Brasil,pois não se pode sair de um país e mudar para outro só por dinheiro,casamento etc,é preciso se identificar com a nova pátria;ir para a América só pensando no dinheiro e ignorar costumes,idioma,história,cultura,clima entre outras coisas e como se adaptar a isso,é uma atitude imbecil.Boa sorte,Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirE verdade Issac, toda comunidade tem seus pros e contras. Como nosso objetivo é informar e ajudar a comunidade brasileira a CONHECER sobre o México, achamos melhor ficar na nossa pagina mesmo. Saludos e obrigada!
ExcluirInfelizmente existe este tipo de pessoa, mas o Blog é maravilhoso tem um conteúdo excelente, uma sabedoria imensa nos textos eu só tenho a agradecer, que Deus ilumine muito todos vocês e continuem com este lindo trabalho que ajuda tantas e tantas pessoas. É como dizem nem Jesus agradou a todos quem dirá nos meros mortais.
ResponderExcluirVoce tem toda razao Carla, obrigada pelo carinho e apoio de sempre.
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