Vida de expatriada...
Boa Noite!
Nós , mulheres, sofremos. Não estou menosprezando o sofrimento masculino, mas, se você parar e analisar bem, sofremos mais.
Todo mundo olha a nossa situação de fora, e acha que se um diazinho sequer fizermos uma reclamação estaremos sendo injustas com o cosmo. Mas esquecem de se colocar no nosso lugar.
Vamos ser realistas e afirmar que 99,9% dos casos de mudança de país é por conta de propostas que ELES recebem.
Se os maridos de vocês foram legais como o meu, sentaram e analisaram a situação e óbviamente colocaram a família em primeiro lugar. Alguém teve que ceder. No meu caso , foi tudo muito claro, tudo muito sem dúvidas e sem arrependimento posterior. Tínhamos esse objetivo, mudar pra outro país, e a oportunidade veio através da empresa dele ( 99.9%....).
Digo pra vocês de coração aberto que nunca tive dúvidas, que sempre apoiei e vou apoiar meu marido visando um futuro melhor pra nossa mini família. Dei sorte e nos adaptamos muito bem aqui no país, chego até a pensar que pode ser coisa de outra vida, esse país que tão bem acolheu nossa família e nos conquistou.
Mas peraê...
Abri mão da minha carreira , que era stressante, era pauleira, me deu crise de pânico, mas....Trabalhei com contabilidade 2/3 da minha vida. Com o fim da carreira, veio a dependência financeira. Eu, desde que me entendo por gente paguei minhas contas, e hoje , presto contas de todo o gasto aqui em casa (graças a Deus meu marido não é de reclamar de nada....). Mas é estranho.....rs
Eu que sou 220 V, tive que aprender a ser 110V, e preencher meu tempo (que era raro....) pra não viver o tal "ócio". Trabalhar? Muito difícil. Sem visto, com filhos, numa terra nova....
Tive que recriar minha roda social, sem saber falar uma palavra em espanhol.... Refazer amigos, mesmo tendo super facilidade nesta arte, começar do zero, requer maior entrega da nossa parte... Sem contar nas saudades dos que estão lá, do outro lado do oceano, tocando a vida deles...
Aprender a dirigir, a me virar, a passar dias intermináveis sozinha, porque os nossos esposos aqui, trabalham muito mais , não tem hora pra nada.
Aprendi a lidar com a carência, mesmo transformando isso as vezes, em TOC por organização ou compulsão por compras....rs
E não esqueçam que sempre teremos que estar ali, prontas pra segurar a barra deles. A ter aquela palavra de conforto, na hora que eles chegam com a cabeça queimando do trabalho, naquelas horas, de madrugada.
Vejam bem , PELO AMOR DE DEUS, não estou reclamando da minha vida. Pelo contrário, agradeço todos os dias (todo santo dia)
Esse é só um desabafo pras pessoas que acham que nós, mulheres expatriadas, não fazemos nada, porque sim, ouvi isso dia desses.
Sempre sou positivista e tento tirar o lado bom de tudo. Sou uma pessoa de tremenda sorte por ter tido essa oportunidade... Cresci muito, aprendi a ser paciente.
Amo o México, amo morar aqui, sou feliz aqui, não quero voltar a morar no Brasil tão cedo....
Mas não me venham me rotular de sustentada fútil, #prontofalei.
Tem que ser muito forte pra se doar, para lidar com essa mudanca de 180 graus. Eu sou forte, eu abri mao de muita coisa e pus minha família em primeiro lugar. É muito difícil e custoso. E continuo fazendo isso diariamente.
Sei que são haters, que são pessoas que nada acrescentarão na minha vida... Mas, nunca fui de ficar calada.
Tem que ser muito forte pra se doar, para lidar com essa mudanca de 180 graus. Eu sou forte, eu abri mao de muita coisa e pus minha família em primeiro lugar. É muito difícil e custoso. E continuo fazendo isso diariamente.
Sei que são haters, que são pessoas que nada acrescentarão na minha vida... Mas, nunca fui de ficar calada.
Agora posso dormir.... rs
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Vida de estrangeiro
17 comentários
Melissa esse foi o melhor texto que li. Menina mostrei a meu esposo parece que você descreveu a minha vida tambem kkkkķ tendo que aprender a estar em 110v foi perfeito kkkkkkk. Beijo bem grande p vc.
ResponderExcluirQue bom Rosy! Fico super contente em ter gostado, e em saber que não sou a única que passo por isso....rs Beijos.
ExcluirConcordo, este tem sido o seu melhor post, eu adorei, muito legal.
ResponderExcluirFeliz Ano.
Nossa Raúl! Que bom! Fico feliz. Muchas Gracias. ;)
ExcluirSaludos.
Oi Melissa, mudo para o mexico, para leon, na sexta feira, a trabalho rs, me identifiquei com o post porem no meu caso, é ao contrario. Se puder me passar um contato para falarmos, meu email é saraheluf@gmail.com! Besos y saludos
ResponderExcluirPreciso aprender a viver com uma bateria com pouca carga. Sou igual a tudo que vc escreveu. Jamais me vejo estar sem trabalhar. bjs
ResponderExcluirTe entendo perfeitamente!! Passei por algo parecido e surtei literalmente... quem vê de fora acha que a vida fora do Brasil é sempre perfeita, acham que é sempre férias... mas não é bem assim... Já li diversas vezes que quando aparecem os primeiros haters é porque você está indo no caminho certo... hahaha... Então não deixe as críticas te abalarem... só nós sabemos tudo que temos que passar, e ninguém tem o direito de julgar isso!
ResponderExcluirAcho que toda mudança é incrível. E é uma excelente oportunidade para as crianças aprenderem que este mundo é muito, muito grande!
ResponderExcluirArrasou! Para começar, ninguém te o direito de pensar ou falar nada da sua vida - porque só quem vive é você, ponto final.
ResponderExcluirE você ter largado sua carreira, sua independência e vida social, foi sim para um bem maior, mas também foi sacrifício!
E a relação que você tem com seu marido, sobre dinheiro, trabalho e tempo livre, é da conta de vocês e só de vocês! Nunca admita que as pessoas se metam :)
Admiro muito a mudança de vocês, a coragem, o "largar tudo" e correr atrás dos sonhos!
Beijos
Todo mundo quando olha para o outro só vê o externo e não sabe o que se passa no dia a dia dentro da vida familiar.Imagina e fantasia que a vida do outro é perfeita.Morar fora, eu acho que, desperta mais ainda "esse olhar,nossa que vidão !" E se for um vidão,que ótimo viva da melhor maneira !
ResponderExcluirMelissa me identifiquei com seu texto, também passo pelas mesmas coisas e pela cobrança de ser obrigada a ter uma vida perfeita pelo fato de morar na Alemanha. Te entendo, mas não são todos que nos entendem. E eu agora, já nem ligo mais pra eles rsrs
ResponderExcluirBjooo
Muuuuito bom! Porque realmente, as condições de trabalho, as oportunidades sempre são maiores e mais frequentes para os homens, infelizmente! Vivemos num mundo muito machista ainda e que bom que vc ficou com tempo para sua filhota, melhor coisa! Bjs!
ResponderExcluirMelissa, você está certíssima. Em primeiro lugar está a felicidade da sua família e se você encontrou isso com toda essa mudança, então vale a pena e ninguém tem nada com isso. Imagino sim o quanto deva ser difícil se readaptar, se transformar em uma nova mulher, nova esposa, nova vizinha e por aí vai!
ResponderExcluirQue delícia um desabafo virar um post! Adorei todas as suas frases e idéias.
ResponderExcluirEste post veio para mim - mas com uma grande diferença. Ao decidirmos nos casar, resolvemos voltar para a cidade natal do meu marido no interior do estado do ES e construir aqui carreia e a vida. Mas gente, eu nunca morei no interior, e mesmo após 5 anos, não consigo me acostumar. Sofro muito com a vida aqui. Além disso, sinto que já alcançamos nosso teto profissional e que, se fôssemos para algum lugar maior, esse teto também seria maior e poderíamos crescer ainda mais. Eu exponho esses problemas e muitas vezes ele até concorda - mas não cede. Não acha que consiga mudar daqui e recomeçar, além de acreditar piamente que um dia eu vou superar isso. Ele é um ótimo marido - homem - amigo, só que, no final das contas, fica uma mágoa sabe? Por quê sempre é a mulher quem tem que ceder? Difícil ser mulher!
ResponderExcluirMel Nao vem polemizar nao hein!! rrsrsrs
ResponderExcluirbjss procê!!!
Fiquei sem entender! rs
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