Um dia num universo paralelo - Cerro San Pedro!






Eu vim pra cá querendo mergulhar na cultura local, conhecer tudo mesmo. Não sabemos até quando ficaremos, ou se voltaremos pro Brasil, não tem nada definido. Então, não disperdiçarei oportunidades. Meus pais vieram nos visitar no mês passado, e , aproveitando a oportunidade fomos desbravar o México próximo a minha casa, pois ficariam apenas uma semana. Procurei uns serviços locais de turismo e contratei alguns passeios, afinal, eu sou turista também!!!!

Uma das escolhas foi o Cerro San Pedro.

O "Cerro"(Monte)de San Pedro é um MUNICÍPIO, a 25 min de SLP. Mas, juro, de município não tem nada. Tá mais pra um cenário de filme de Bang Bang abandonado. Pra se ter uma idéia, depois de um certo ponto do caminho nem o celular funciona, nada de 3G, de wireless nada... Isso dá um certo frio na barriga e me causou alguns questionamentos de como as pessoas viviam escondidas ali. Perguntei muitas vezes pra nossa guia "Brenda Melissa (um viva pros nomes duplos mexicanos!!!!) se realmente as pessoas moravam, de verdade ali. Não dá pra imaginar.

O munícipio surgiu com a descoberta de ouro e prata no local, e foi o primeiro assentamento dos espanhóis antes de fundarem San Luis Potosi. Tudo gira em torno da mina. São aproximadamente 130 habitantes. E a população se divide literalmente , na parte da cidade dos administradores e donos da mina , e,  a parte dos empregados, cada qual com sua igreja, sua escola. Mas imaginem assim: você chega, sobe o cerro, encontra dois quarteirões. Em um deles a parte rica (a guia teve que contar, porque não tem ostentação...) e na outra, a parte de empregados. Pronto. É o Cerro. 2 quarteiroes, e daqueles pequenos. Tem uma escola só, mas, está fechada. Porque não tem nem 20 crianças o municipio, e cada criança está numa série escolar. Então, elas são direcionadas as escolas dos municípios próximos.
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O "município" tem um museo, "El Templete", de entrada gratuita, onde há duas salas com os minérios extraídos da região e a história da exploração das minas. Duas salas pequenas de museu. O Comércio, O (unico) restaurante só abrem de fim de semana, então como fomos durante a semana, estava tudo, tudo fechado. Só o museu e um abarrote (mercadinho) aberto. A igreja só funciona no domingo. O único comércio que encontramos aberto, foram duas lojas de venda de prata, antes de subir o morro. Em uma delas , foi explicado pra gente o processo de fabricação (bem rustica) de artigos em prata. Eu esperava mais das lojinhas, adoro um regalito. Tanto que nem comprei nada (!). 

Não tem hotel aqui, só uma pessoa que aluga quartos. A opção é se hospedar em SLP. Em março tem a festa do município!!!!! (não consigo imaginar, vou ter que vir pra ver....)
Eu me senti no deserto de verdade, um morro, cactos predominante, casas bemmmm rusticas e abandonadas, nenhum carro, e a mina na minha frente, onde dá pra perceber que já se tirou bastante minérios de lá, desde 1528, imaginem! Faltou só o pé de pano, cavalo do Pica Pau, naqueles episódios clássicos de velho oeste.
 Ela está para ser fechada, esse ano. Então, as 130 pessoas vão passar a viver de memórias só. E vão ser aquele povoado que vai ser visitado por pessoas desesperadas que seu 3g não funciona e , ao se deparar com aquela realidade tão contraditória, ao menos , pensativa vai ficar. (Eu!Eu!Eu!)








Não dá pra imaginar o cenário perfeito pra um filme de bang bang? (Saindo de lá tem que ficar de molho, de tanta poeira que vem junto com você!!!)



Ou lembrar do muso Brad Pitt no filme "A Mexicana"? Nada mal encontrar ele perdido por aí ... ;)



Besitos com poeira do deserto!!!!! 

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3 comentários

  1. Muuuito legal! Não vejo a hora de conhecer!

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  2. Já disse outras vezes: adoro viajar pelo México com você.
    Nunca tinha ouvido falar nesse "município"( kkkkk), mas eu adoro desbravar lugares novos. Meu lado curioso é muito forte!!! Com certeza adoraria esse passeio, ainda mais se feito em família.
    Beijo para vocês!

    Fran @ViagensqueSonhamos

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  3. Faltou o pica pau e o pé de pano, hahahaha! Menina, 130 habitantes? É isso? Que aventura! Quando leio essas coisas da época da colonização me dá um pouco de tristeza, pensa que quando os espanhóis chegaram, como não era diferente aí...

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